Sobe e desce, curva para dentro, curva para fora, looping…
Recuperação 2005 – 2008. Quebra 2009 – 2014. Recuperação e crescimento 2015 – 2019. Quebra 2020 – 2021. Recuperação 2022 – ???? (Fonte: Publico)
Bem vindos ao Turismo!
A industria do turismo é de facto uma animação. Não há tédio, não há monotonia, todos os dias são diferentes. O futuro nunca é certo. Se há industria boa para testar a nossa capacidade cardíaca é de facto o Turismo.
E agora? O que nos espera o futuro?
Depois de 2 anos de paragem quase completa do turismo a nível mundial (salvou-se o turismo interno nas zonas de baixa densidade populacional) fruto de uma não anunciada pandemia, eis que temos em 2022 um dos melhores anos turísticos, senão o melhor mesmo (a fazer fé nas estatísticas preliminares do INE) de sempre em Portugal. Era expectável? Sim. Estávamos preparados? Não. Desenrascámos? Como sempre…
E agora? o que vem ai?
A fazer fé no que nos transmite a comunicação social e aquilo que quer que saibamos, podemos dizer que é pior que mau.
Quando os políticos dizem que vai ser rápido é porque não é, que vai ser curto, é porque não é. A história já nos ensinou aos descontos que são feitos nos discursos políticos. Afinal não pode haver alarme social. Os impactos devem chegar rápidos e de choque, sem tempo para preparação nem reação. Depois? Depois é juntar os cacos e ver o que sobra e recomeçar…
Tem sido assim desde sempre, vai ser assim para sempre.
O Turismo foi a tábua de salvação no período da Troika fruto de uma conjuntura internacional muito favorável que projectou Portugal para um nível superior quase que ao toque do vento. Com esta nova realidade e após um período negro da nossa economia, foram muitos que viram nesta industria uma nova oportunidade. Surge o Alojamento Local. Com ele a recuperação dos centros históricos das cidades, a revitalização de muitos pontos negros das grandes urbes e uma forma diferente de vivenciar e experiênciar os destinos. Também a hotelaria tradicional viu oportunidades e muitos prédios devolutos dão lugar a unidades hoteleiras de qualidade. E muito mais oferta.
Discute-se o alargamento do aeroporto de Lisboa. A construção de uma nova infra-estrutura defendiam alguns. Durante 2 dias até já eram para ser duas. Numa discussão que já dura à 50 anos e provavelmente outros 50 irá durar. Mas o turismo ia de vento em popa. Para gáudio dos políticos e das políticas fiscais, com um turismo em alta esquece-se o trabalho que deve ser feito para dinamizar e fazer crescer outras industrias, mais estáveis e de maior valor acrescentado. Haja turismo.
Março de 2020. Covid-19. Confinamento total. E lá se foi o turismo. Mas ia passar rápido. No verão já teria passado. Teria. Com uma vacina já passaria. Duas. Três.
Findo o primeiro confinamento o mercado interno move-se para passar uns dias longe de tudo e de todos. O turismo rural e em zonas de baixa densidade populacional ganha importância. Aulas online, tele-trabalho, LayOff. Uma oportunidade única para evitar os picos de turismo habituais de Agosto.
Limitados nas viagens para o exterior e zonas de turismo de massas, os portugueses, viram-se para o interior. Provavelmente 2020 e 2021 foram os melhores anos de sempre para estas regiões. O Alentejo atinge pela primeira vez o preço médio mais elevado de todas as regiões de Portugal. Embora bom, não era suficiente para se considerar uma recuperação. Portugal perde, globalmente, cerca de 80% de turistas e muitos milhões de euros em receita.
O longo período de confinamento e restrições às viagens aéreas leva as empresas turísticas a tomar medidas de contingência. Hotéis encerrados, Lay Off e despedimentos. Companhias aéreas seguem a mesma receita. Redução de frotas e pessoal. Redução de custos ao máximo. Moratórias a créditos são aprovados pelos governos e pela banca. Era o tudo por tudo para salvar as empresas e, se possível, os postos de trabalho. Afinal era uma pandemia. Tudo estava intacto. Apenas era necessário controlar o “bicho”.
Janeiro de 2022. 3 doses de vacina depois. Implementação de certificados de vacinação europeus. Máscaras. A vida começa a voltar ao normal. Em março, começam a ser aliviadas as restrições às viagens, não sem, entretanto, ter iniciado uma guerra na Europa. A aviação retoma algumas rotas. A procura esteve estrangulada durante dois anos. Havia vontade de sair, viajar, retomar a vida. As pessoas sentiram que detinham pouco controlo sobre a sua vida, por isso é preciso aproveitar. A procura dispara. As empresas não estavam preparadas. Gera-se a confusão e o caos nos aeroportos. Falta pessoal. Faltam aviões. Falta muita coisa que foi reduzida com os confinamentos. Mas as pessoas queriam viajar. A recuperação é rápida, muito rápida. Os destinos turísticos enchem, como nunca, de gente sedenta de vida. Afinal é verão, está calor, é preciso aproveitar.
Setembro 2022. Fim do verão. Regresso às aulas.
Dados do INE de julho de 2022 evidencia um crescimento de 11% na receita face a julho de 2019. Residentes + 9,1% face a 2021 e não-residentes + 205% face a 2021. Relativamente a 2019 regista-se, globalmente, + 6,3% em hóspedes e 4,3% em dormidas. (Fonte: Publituris). As noticias são boas.
Mas é também em setembro de 2022 que a Europa atravessa uma das maiores crises económicas fruto de uma guerra (sem sentido no Seu.XXI, diga-se) que afeta a vida de todos os Europeus. Energia, combustíveis, mercadorias, cereais, inflação, taxas de juro. Tudo sobe rapidamente. Este mix será brevemente explosivo. Prevê-se uma recessão em toda a Europa, mas não só. Outras latitudes sentirão também o impacto desta nova realidade. Os governos europeus começam a tomar medidas de apoio às famílias. A quebra de rendimento é um dado adquirido. A subida das taxas de juro vai impactar negativamente no rendimento das famílias. A subida dos bens alimentares e da energia idem.
As empresas já começaram a sentir a subida enorme nos custos de energia e gás. Também as mercadorias sofreram uma subida significativa. É necessário passar para o consumidor esse aumento de custo. Mais uma vez, reduzindo o poder de compra.
E o inverno? Se o custo da energia não baixar? O inverno no turismo é também o período de menos procura. Menos receita. Mais custos.
Muitas empresas para fazer face ao período pandémico pediram crédito à banca. Outras tiveram moratórias a capital e juros. Mas as taxas de juro estão a subir e vão continuar a subir. Estarão os bancos dispostos a suportar mais uma vez moratórias?
Mas mais importante… e os turistas?
Será que em 2023, com as perspectivas que temos, o turismo terá o mesmo comportamento?
Os custos dos combustíveis já levaram a aviação a avisar de aumentos nos bilhetes. Também os aeroportos já anunciaram subidas de taxas. A era Low Cost pode ter os dias contados?
E a hotelaria? Aumento dos combustíveis, da eletricidade, dos juros e, provavelmente, dos salários.
Com tanta oferta que abriu nos últimos 4/5 anos, serão sustentáveis no médio prazo? Estarão capitalizados para fazer face a um impacto de mais 2 a 3 anos de crise na procura?
Sendo uma recessão com impacto em toda a Europa, será esse impacto no rendimento das famílias europeias o suficiente para reduzir a procura?
E o fim? Quando se prevê o fim desta espiral económica tão negativa? Com o fim da guerra na Ucrânia? Será isso o suficiente?
São muitos pontos de interrogação que temos pela frente.
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